sábado, 19 de janeiro de 2008

Taça de Portugal: "grandes" vence, e seguem em frente na taça de portugal!

O Sporting está nos oitavos-de-final da Taça de Portugal depois de uma vitória sobre o Lagoa (4-0). A tarde era de Taça e a hora do jogo (17 horas) convidativa a visitas de famílias a Alvalade. 11 292 pessoas marcaram presença num jogo que serviu para acalmar os nervos de quem precisava de uma vitória para acreditar em si mesmo. Uma goleada que afasta a crise leonina.

O Sporting entrou em campo com poucas alterações no onze. Apesar de o adversário ser o modesto oitavo classificado da Série D da II Divisão, Paulo Bento sabia que o momento não permitia facilidades e apenas «encaixou» Gladstone e Farnerud nos titulares.

Cedo se percebeu que o Lagoa não tinha condições para criar grandes dificuldades aos «leões», que chegaram ao golo no primeiro remate que fizeram à baliza. Decorria o minuto 8 quando João Moutinho, numa boa jogada, descaído sobre a direita, fez um chapéu a Botelho e colocou o Sporting a vencer.

O capitão encontrou espaços para desequilibrar a jogar nas costas de Liedson. Ora na direita, ora na esquerda. Aos 11 minutos Moutinho esteve perto de bisar. Entrou pela esquerda do ataque, ganhou ângulo de rematou, mas a bola saiu pela linha de fundo, muito perto do poste esquerdo da baliza.

A vencer mas a necessitar de confiança o Sporting foi «mastigando» a bola, sem criar perigo na área algarvia. Já o Lagoa só aos 27 minutos rematou à baliza de Stjokovic, mas a bola saiu ao lado.

O ambiente não era de festa em Alvalade, já que no relvado não se jogava com alegria, mas sim com cautelas por parte de quem olhava em jeito de desconfiança para o adversário. Nas bancadas os adeptos como que exigiam uma goleada.

Botelho negou o golo a Ronny (45m) e o intervalo chegou para dar uma injecção de ânimo ao Sporting.

Acelerar rumo à confiança

Chegar ao segundo golo tornou-se obrigatório para o Sporting no início da etapa complementar e Liedson desperdiçou (47m) essa possibilidade ao perder-se em fintas na área.

Com a equipa leonina determinada em ampliar a vantagem Divaldo negou o golo da Farnerud (56m) com um corte em cima da linha, depois de Botelho não ter conseguido ficar com a bola pontapeada por Liedson. Na jogada seguinte Abel fez o 2-0 (57m), após assistência de Liedson. O lateral-direito lesionou-se na jogada do golo e foi substituído (60m), entrando Bruno Pereirinha para essa posição.

Aos 62 minutos Botelho defendeu um forte pontapé de Simon Vukcevic. De seguida o montenegrino falhou o chapéu ao guarda-redes do Lagoa.

O 3-0 surgiu aos 72 minutos. Liedson rematou, após assistência de Romagnoli, Tero tentar cortar a bola mas acaba por introduzi-la na própria baliza.

O Sporting não convencia na exibição, mas tinha o jogo controlado e vencia sem margem para dúvidas. Paulo Bento aproveitou para dar minutos a Celsinho, fazendo entrar o brasileiro para o lugar muito aplaudido Simon Vukcevic (73m).

O Lagoa não conseguia chegar à baliza de Stjokovic e na marcação de um canto Gladstone confirmou a goleada ao marcar de cabeça o 4-0 (87m).

Numa tarde de Taça não houve surpresas, mas em Alvalade houve palmas para todos. Os sportinguistas reconciliaram-se com a equipa. Aplaudiram e cantaram no final. O Lagoa também teve direito a aplausos dos adeptos que acompanharam a equipa desde o Algarve. Levaram para a região uma pesada derrota como a do Louletano na eliminatória anterior, mas as fotografias que tiraram no relvado antes do apito inicial e os momentos vividos na casa do «leão» ficarão na memória.

O Sporting continua na Taça de Portugal e ganha confiança para o próximo desafio com o Beira Mar para a Calsberg Cup.

Aprovados. Mas sem distinção. A turma dos menos utilizados foi chamada a exame e cumpriu os requisitos mínimos. Na vitória por 2-0 e passagem aos oitavos-de-final da Taça de Portugal, o F.C. Porto teve alunos que mostraram evolução, outros que deixaram no ar boas indicações para futuras provas e somente dois a merecer negativa e forte repreensão.

Vamos, então, por partes. Tal como se previra, Jesualdo Ferreira apostou num conjunto pouco rodado. Dos titulares com o Sp. Braga, na última jornada da Liga Bwin, apenas Lucho e Adriano. Os restantes tinham esta tarde/noite, diante do secundário Desportivo das Aves, um dos principais desafios na presente época.

Naturalmente, não se poderia exigir uma actuação brilhante a um naipe de atletas que procuram a confiança do técnico e dos adeptos. Por isso, a actuação esforçada e segura, com pontuais momentos de qualidade, acaba por ser um retrato agradável num quadro cuja moldura estava longe de ser a ideal.

Oh capitão, meu capitão!

As pernas tremiam. Afinal, ainda eram mais de 20 mil as testemunhas. A bola «queimava», a criatividade tolhia e o Aves agradecia. Foram 15 minutos complicados para a classe azul e branca em análise.

Sob o olhar exigente do professor Jesualdo, alguns demoravam a concentrar-se. Apoiavam-se nos passes curtos e lentos, disfarçando a sofreguidão contida de alcançarem algo importante.

Mas as coisas compunham-se. Afinal, a seu lado estava Lucho, um dos líderes da escola do Dragão. O capitão começava a transpirar qualidade, mas faltava qualquer coisa. Um golo, por exemplo. E os assobios não ajudavam nada.

Por isso, aquele desvio de cabeça de Ernesto Farías (nota bastante alta) veio mesmo a calhar. Trinta minutos, 1-0 no marcador e algum sossego. Pelo menos para alguns.

Farías em alta, Kaz e Adriano reprovados

Sem mecanismos bem oleados e sem uma estrutura devidamente sustentada, o F.C. Porto vivia da nobreza comportamental dos seus atletas. Farias fazia bem o seu papel, Mariano Gonzalez impunha interessantes mudanças de velocidade, Fucile mostrava coragem e arrojo. Foram para eles as classificações mais altas.

Em sentido oposto, registe-se o jogo extremamente negativo de Kazmierczak e Adriano. O polaco poderá ter sentenciado a sua ausência nas próximas convocatórias. O brasileiro deve ter visto Farías ultrapassá-lo na luta pela ocupação da vaga de Tarik no onze inicial.

Aos 51 minutos, quando tinha tudo para marcar, Kaz atrapalhou-se, escorregou e viu Jesualdo sucumbir à falta de paciência. Pouco depois, Quaresma substituiu-o. Sem surpresa. Adriano aguentou mais um pouco até dar lugar a Lisandro Lopez.

Quaresma marca e dá o toque de saída

O segundo golo não aparecia. A turma impacientava-se e olhava para o relógio. Sempre com segurança na retaguarda (Lino foi o menos bom dos defesas, mas melhorou na segunda metade), a equipa não passava por grandes sobressaltos. Mas a diferença no marcador era mínima e as surpresas aparecem quando menos se espera. É por isso que são surpreendentes.

Bolatti dava algum conforto à circulação de bola, Lisandro e Quaresma traziam alegria ao jogo. E seria este último a dar o toque de saída, ao fazer o 2-0 já em períodos de compensação. Numa jogada de 3 para 2, o extremo aproveitou um ressalto e bateu Rafael.

O Feirense trouxe as fogaças à Luz, mas o Benfica conseguiu apagar o fogo da quinta eliminatória da Taça de Portugal, com uma vitória sofrida, demasiado até, pela diferença mínima, e que coloca os encarnados na ronda seguinte da prova.

Diz a tradição que a fogaça, doce regional de Santa Maria da Feira, que data do século XIV, destina-se ao cumprimento de antigos votos, seja por motivo de calamidades locais ou comemorações cristãs, em particular a 20 de Janeiro, curiosamente a véspera do encontro desta tarde de sábado.

A catástrofe esteve quase a acontecer, contudo, a algumas centenas de quilómetros, pois na Luz, o Feirense soube carregar o fardo da inexperiência frente a um dos grandes de Portugal, que pequeno pareceu perante tão fraco espectáculo concedido. As risadas no primeiro tempo, os assobios ao intervalo e o desinteresse nas bancadas após o derradeiro apito deram expressão negativa à exibição da equipa da casa, que não soube, ou não quis, assumir o jogo com empenho.

Cardozo, que assistia ao encontro do banco de suplentes, entrou na segunda parte e, aos 51 minutos, fez aquilo que até então ninguém tinha conseguido, ou seja, acertar na baliza. Não foi também por falta de oportunidades que o Feirense não conseguiu idêntica proeza, até porque Butt de opositor teve praticamente o nome. Aos 84, numa grande jogada de Serginho pela direita, atirou-se mal ao remate cruzado, que só por infelicidade não entrou na baliza encarnada. Os aplausos sobraram, pois, para os derrotados em resultado, mas não em espírito, com milhares de apoiantes a vestirem de azul a bancada.

A estratégia dos visitantes nunca poderia ter surpreendido José Antonio Camacho, que no dia anterior previra a táctica defensiva do Feirense - que se apresentou com cinco defesas (três centrais) -, mas não foi por isso que deixou de sobressaltar os encarnados. Apesar do aparente domínio, o Benfica não soube explorar os espaços concedidos, nomeadamente após o golo, e só viria a descansar à beira do apito, quando os homens de Santa Maria da Feira acusavam já desgaste considerável

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