
Muito calor, muitos dólares, algumas estreias, uma ou outra confirmação e um empate (1-1) desolador. Contas feitas, foi este o balanço da viagem de Portugal ao Koweit, num particular que serviu para encerrar a temporada da equipa de Luiz Felipe Scolari. Se é certo que o jogo era, excepção feita ao prémio de presença, «a feijões» (de tal maneira que o adversário nem sequer era uma selecção, e sim o actual terceiro classificado do campeonato local, reforçado com três jogadores de outros clubes por indicação da Federação local) não o é menos que o que Portugal não mostrou diante de um adversário de terceira categoria não pode ficar sem registo. E, como o jogo entrava na contabilidade da FIFA, o golo de Suleimane, a três minutos do fim, vai ter consequências negativas na cotação da equipa portuguesa, já para não falar no seu prestígio no Golfo Pérsico.
Com Bruno Alves como estreia absoluta e Bosingwa a estrear-se como titular, Portugal apresentou um onze forte, com Deco a capitão e a mesma frente de ataque que serviu para ganhar à Bélgica, a equipa portuguesa assumiu a iniciativa do jogo, mas apesar de alguns pormenores interessantes (essencialmente de Deco), deixou que o jogo decorresse no ritmo festivo e pachorrento que interessava aos visitados. Ameaças de golo ainda houve algumas, situações concretas, muito poucas, a tal ponto que quando o intervalo chegou os guarda-redes tinham sido submetidos a trabalho praticamente nulo.
Na segunda parte, Scolari operou cinco substituições, e mais duas estreias reservadas para a meia-hora final (Antunes e o guarda-redes Daniel Fernandes) e com João Tomás a regressar à equipa das quinas, cinco anos depois, rendendo Hélder Postiga. Foi precisamente o ponta-de-lança a figura deste segundo tempo mais movimentado, primeiro desperdiçando duas ocasiões flagrantes (58 e 60 minutos), depois, finalmente, concluindo de cabeça uma boa assistência de Ricardo Quaresma, após iniciativa de Raul Meireles na direita (72 m).
Até então a selecção portuguesa tinha estado um pouco melhor do que no primeiro tempo, mas o golo provocou um adormecimento geral. Quando o jogo já mais não era do que um imenso bocejo, Jorge Andrade fez uma falta a 25 metros da baliza, Al Shakire cobrou em jeito, com um remate que Daniel Fernandes deveria ter detido. O estreante na baliza portuguesa não chegou a tempo e ficou feito um empate que, na melhor das hipóteses, fica a servir de aviso para a próxima deslocação à Arménia, em Agosto, num jogo em que, desta vez, há muito mais a perder além do prestígio.
Pelo lado positivo, se algum houve neste jogo de triste memória, destaque para as boas prestações de Bosingwa, Bruno Alves e Duda, jogadores que mostraram a Scolari constituir opções válidas para os próximos desafios.
FICHA DO JOGO
Estádio Al-Salmiya, na cidade do Kuwait
Árbitro: Fareed Al Margoogi (Emirados Árabes Unidos)
Assistência: Cerca de 10.000 espectadores
KOWEIT: Saleh Mahdi (Nawaf Mansour, 46), Ahmad Eidan, Muhamed Bureiki, Majid Mostafa (Aziz Al Ali, 46), Jarah Rashed (Nasser Othaman, 46), Saleh Bureiki (Ahmad Ajab, 46), Fawaz Mutairi (Khaled Shemeri, 46), Aziz Al Amar (Saud Swayed, 46), Hamad Harbi (Fahad Heneidi, 46), Bashar Abdullah (Faraj Laheed, 46) e Sulman Al Shakire.
(Suplentes: Nawaf Mansour, Aziz Al Ali, Nasser Othaman, Fahad Heneidi, Saud Swayed, Faraj Laheeb, Khaled Shemeri e Ahmad Ajab).
PORTUGAL:: Quim (Daniel Fernandes, 66), Bosingwa, Bruno Alves, Fernando Meira (Jorge Andrade, 46), Paulo Ferreira (Antunes, 63), Raul Meireles, Tiago (Petit, 46), Deco (Hugo Viana, 46), Nani (Duda, 46), Quaresma e Hélder Postiga (João Tomás, 46).
Ao intervalo: 0-0.
Marcadores: João Tomás (72m) e Al Shakire (88m)
Disciplina: cartão amarelo a Jorge Andrade (90m).
Resultado final: 1-1.
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